Topo com as obras de arte de Francisco Panachão
            
 
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Tarde em Paris

Os gravetos secos do chão
Se arrastam tocados pelo vento..
As folhas despencam dos galhos
E flutuam até meus pés...

Na calçada ,o som dos saltos dos sapatos,
Repicam agudos,pontudos nos ouvidos...
A chuva fina ,mansa massa de sombras claras,
Cai, se deita, se espalha suave na tarde fria...

A cadeira de bar , na qual me sento,
É alento ao cansado olhar de meu pensamento...
E a idéia dos meus olhos..., é seguirem tão sós,
Pensando tão longe..., tão longe...

Como os gravetos do chão, que se quebram na mão...
As lembranças se despencam no ar...
E flutuam até o presente de meus medos....

Na calçada, o som de tua voz, embriaga meu copo...
E penso que te bebo nesta tarde..., mas que alarde...!
O copo vazio é frio...,e a cadeira , à maneira de alguém ,
Não tem voce...., não tem sabor também...

Até a tarde já é noite...
E sabe...? Que amargo vinho,
Tomo sozinho neste bar....,
Onde tantas vezes te vi sentar...
Tantas vezes te contei vulgar,
Todas as idéias de amor..., que sempre quiz
Que hoje por ironia...., só posso lembrar...
Aqui, neste bar em Paris...


Francisco Panachão 03/10/1992